terça-feira, 15 de março de 2011

Post nº 1000 ou como tudo começou ou Assassinos de Velinhas!

Como o tempo passa rapido, parece que não faz nem um mês desde o post 100 e já chegamos ao post 1000. Ual! Mas bom, vamos ao post em si:

Fernando, que a partir desse momento no texto será referido como “Eu”, o Gui e o Fábio jogavam RPG.

É, basicamente era isso. Foi assim que a o grupo se formou. Ta, ok. Foi um pouco mais complicado.

Eu conhecia o Fábio...
Eu já tinha jogado bola com o Gui....
O Fábio conhecia o Gui. ...

Ai, Fábio, também conhecido pela alcunha de “usnalisgearnofolgoresiasnoeswortthacilonemtabreisanajaeroloporitiraregaos” entre seus amigos mais íntimos, apresentou todo mundo.

Não, não foi assim. Quer dizer, foi, mas não dessa maneira tão simples.

Eu tinha o Playstation 1 (ps one, se você preferir) e como fã de RPG fiquei louco ao ver um pequeno jogo chamado RPG maker, que, como nome diz, permite a criação de um jogo de RPG por parte do jogador.

Imediatamente eu fiquei louco e comecei a criar loucamente um jogo que para ser sincero deve ter ficado ridículo. Mas eu quis mostrar pro Fábio, que eu sabia que curtia RPG também. Ai ele gostou, mas achou a coisa limitada.

Mas existe uma coisa sobre o Fábio que é importante ser dita nesse post. Quando ele encana com uma coisa, ele descobre até mesmo se a mãe do criador dessa coisa toma café com açúcar ou adoçante.

Voltando a história, o Fábio descobriu muitas coisas sobre RPG maker, sendo que as mais importantes foram essas:

1. Existia uma versão infinitamente melhor, mais fácil e mesmo assim mais complexa do RPG maker para PC.
2. A mãe do criador do RPG maker toma café com adoçante ( e olha que ela é japonesa)

Mas que mundo louco nós vivemos em que uma japonesa acredita que precisa fazer regime. Mas acredito que isso seja um reflexo da crise da pós-modernidade.

Ah! Você não sabe o que é a pós-modernidade? Por que não disse antes?

Ela é a condição sócio-cultural e estética que prevaleceu no capitalismo atual após a queda do Muro de Berlim e a subseqüente crise das ideologias que dominaram o século xx. O uso do termo se tornou corrente, embora haja controvérsias quanto ao seu real significado.

Se bem que pensando bem, japoneses não sofrem da crise da pós-modernidade. Não senhor! Japoneses cometem sepukku (suicídio ritual tradicional). Se bem que pensando ainda um pouco melhor, japoneses são os maiores fãs da crise de modernidade, basta ver qualquer monologo de anime no qual o personagem principal sofre de crise de identidade (tipo em 90% dos animes que eu vi, pelo menos um personagem, quando não vários, tem esse problema).

Alguém poderia argumentar que animes não ser um bom parâmetro para realidade. Eu contra-argumento dizendo: “Você é feio-bobo-xixi-coco”! YEEEAAAAHHH! Esse argumento ganha de tudo no mundo, como vocês bem sabem. Até mesmo de bomba atômica no Jan-Ken-Po.

Como tem gente que gosta de apelar, né? Tipo assim, rola aquele jogo infantil com regras bem definidas e que é divertido, ai sempre vem alguém e fala “metralhadora” e vem o outro “bomba atômica” e ai vem um terceiro, que é um pouco mais nerd e fala “barata, que resiste a bomba atômica”.

Mas algo me diz que eu divaguei um pouco da história. Do que eu estava falando mesmo?

Ah! Sim, é verdade. RPGmaker! Ah! Essa ferrementa do Diabo que nos faz perder um tempo gigantesco em um projeto que nunca será concluído, a não ser que seja ridiculamente curto. Ai você pensa, ta, vou fazer um negocio curto e quando ve já preparou 82 cidades, 13 castelos, 20 dungeons inúteis e tem preguiça de até construir as portas necessárias para ligar todos estes ambientes. Minha opinião é que se vc não é japonês, você não tem as super habilidades necessárias para fazer o negocio direito, a não ser que você seja excepcionalmente desocupado. Mas mesmo assim é muito difícil.

Desanimado depois de enfrentar tudo isso, você pensa: “Ah! Se eu tivesse uma equipe, conseguiria ir até o fim! Bastaria dividir tarefas”. É, eu sei, é obvio que isso não vai dar certo. Mas um dia, eu, o Gui, que também conhecido entre seus amigos pela alcunha de “O assassino da escova de dente” e o Fábio acreditamos que isso fosse ser possível e nos juntamos para fazer um jogo.

Duas semanas depois a gente já tinha parado de fazer as coisas.

Um mês depois ninguém mais acreditava que o projeto fosse dar certo.

Mas a amizade ficou, principalmente depois que a gente passou a jogar RPG de verdade.

Ah! Você não sabe o que é RPG? É fácil, é aquele jogo em que você tem que ser um assassino e matar velinhas por pura diversão. Espera, será que esse não é o GTA? Hmmm....pode ser, mas acho que não. GTA não tem rituais satânicos...

...
...
...
Por enquanto.

E como todo jogador de RPG é um satanista, assassino e sonegador de imposotos, o Gui teve que parar de jogar ao se converter ao culto de Nossa Senhora do Cinema Mudo. Mas o importante é que a amizade perseverou.

Nós não nos vemos mais tanto, outras pessoas se juntaram a equação, mas no fundinho dos nossos corações, nós sempre vamos lembrar dos doces momentos arrancando tripas de velinhas no cemitério a meia noite e as espalhando por um salgueiro seco que depois seria incendiado.
Só pra constar é impressionante que tem gente que acredita que RPG seja isso mesmo, mas enfim... um dia alguém pode morrer jogando dados em uma mesa e interpretando personagem no conforto de sua própria casa.

Mas a parte da gente não se ver mais tanto é verdade.

E lembrem-se sempre crianças, antes de comer, lavem bem as mãos antes de comer e não esqueçam do fio dental.

Um comentário:

  1. Ah Fernandno, teve momentos que eu chorei de rir e outros que eu chorei de nostalgia... Esse texto ficou fantástico!!!

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